Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Soldados de Fafe que morreram na I Guerra Mundial

No dia 9 de Abril o concelho de Fafe foi distinguido pelo Núcleo Regional de Braga da Liga dos Combatentes como palco oficial das cerimónias do “Dia Nacional do Combatente” “Aniversário da Batalha de La Lys”., dada a particularidade da cidade de Fafe possuir desde a década de 30 no coração urbano um monumento de homenagem aos Mortos da Grande Guerra.

Monumento aos Mortos da Grande Guerra Em Fafe
Postal antigo da vila de Fafe

Tratando-se de cerimónias imbuídas de profundo simbolismo histórico dada a importância que teve a participação portuguesa na I Guerra Mundial, despoletando profundas consequências a nível social, económico e político em Portugal, tive o privilégio de colaborar nestas cerimónias através de um trabalho que publiquei à uns anos sobre a participação de soldados de Fafe no conflito, e que levou à colocação e descerramento de uma placa oficial evocativa deste período no monumento, e de uma pequena intervenção que proferi nesse dia.

Daniel Bastos
 Cerimónia do Dia Nacional do Combatente em Fafe

Durante a minha intervenção, tive oportunidade de referir que a participação portuguesa na I Guerra Mundial levou à mobilização de vários soldados de Fafe para o conflito. Os combates desenrolaram-se essencialmente no palco europeu, no entanto como as antigas colónias portugueses (Angola e Moçambique) confrontavam geograficamente com possessões germânicas, e como Portugal entrou no conflito em 1917 ao lado da velha aliada inglesa, os confrontos entre portugueses e alemães alastraram-se ainda ao continente africano.
Embora não se tratando de dados oficiais, o jornal local “ O Desforço” apontaria na década de 20, que quinze soldados naturais do concelho de Fafe, morreram em combate nos palcos militares europeu e africano durante a Grande Guerra – “Bravos Soldados de Fafe que deram a sua vida pela Pátria, pelo Direito, pela Liberdade, cooperando na Grande Guerra” (O Desforço, 1921):

Mortos em combate em França:
·        Paulino de Carvalho – natural da freguesia de Serafão, era filho de António Luiz de Carvalho;
·        João da Cunha – natural da freguesia de Quinchães, era filho de Bernardino da Cunha;
·        João Moreira – natural da freguesia de Serafão, era casado com Júlia Fernandes;
·        Fernando d’Oliveira Freitas – natural do lugar de S. Ovídio – freguesia de Fafe, era filho de Júlia Freitas;
·        Francisco Bastos – natural da freguesia de Moreira de Rei, era filho de Manuel de Bastos e de Rosa Mendes Salgado;
·        Zacarias Correia – natural da freguesia de Arões S. Romão, era filho de Manuel Correia e de Emília da Silva Peixoto;
·        Bernardino Ribeiro – natural da freguesia de S. Vicente de Passos, era filho de António Ribeiro d’Oliveira e de Tereza Fernandes
·        Rodrigo Gonçalves – natural da freguesia de S. Gens, era casado com Rosa Alves Ferreira,

Mortos em combate em África:

·        Manuel da Silva – natural da freguesia de Serafão, era filho de Joaquim da Costa;
·        Joaquim Domingues Teixeira – natural da freguesia de Várzea Cova, era casado com Silvina Rodrigues;
·        Joaquim Nogueira – natural da freguesia de Fafe, era casado com Emília Ferreira;
·        João Martins – natural da freguesia de Serafão, era filho de Casimiro Martins e de Maria Joaquina Fernandes,
·        Francisco Ribeiro – natural da freguesia de S. Gens, era filho de Joaquim Ribeiro e de Emília Gonçalves;
·        Bernardino de Jesus Exposto – não foi possível apurar a freguesia de origem;

Morto durante o cativeiro como prisioneiro de guerra na Alemanha:
·        José Gonçalves – natural da freguesia Armil, era filho de Paulino Exposto e Emília Gonçalves,


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